(Re)leituras em Ferdinand de Saussure e Émile Benveniste, organizador Jomson Teixeira da Silva Filho. São Carlos : Pedro & João Editores, 2021, 276 pages, ISBN 978-65-5869-482-3 [Papier] / 978-65-5869-483-0 [Numérique].
Notice de l’Éditeur.
Version numérique disponible en accès libre.
Esta obra, que agora vem a público, busca reunir textos de diferentes pesquisadores brasileiros que têm se debruçado sobre as teorias da linguagem ligadas epistemologicamente aos nomes de dois linguistas cujas reputações dispensariam qualquer tipo de apresentação.
Se aqui o fazemos, é mais pela formalidade editorial e pelo prazer de falar sobre eles e menos pela necessidade de apresentá- los. Afinal, temos total ciência de que, ao menos minimamente, todos aqueles que, de alguma forma, interessam-se por questões da linguagem, seja para deles partir, seja para deles sugerir um afastamento ou até mesmo para ignorá-los, já se depararam com os conhecidos pelos epítetos de “pai da linguística moderna” e de “pai da linguística da enunciação”, a saber, Ferdinand de Saussure e Émile Benveniste, respectivamente.
Dois linguistas que têm em comum muito mais do que atribuições de “paternidades”. Dois linguistas complexos, enigmáticos até! Diante da leitura de seus textos, deparamo-nos com situações que, ao primeiro contato de um leitor desavisado – flutuação terminológica, complexidade conceitual, teorizações atribuídas, textos inacabados e lacunais – seriam suficientes para “justificar” a recusa de suas leituras, como o fazem muitos, aliás, lendo-os apenas de segunda mão, geralmente através de manuais de introdução. Normand (2009, p. 17) chega a afirmar, em relação a Saussure, que “uma leitura do conjunto do Curso, se é que é possível, nunca foi encorajada; contenta-se, o mais frequentemente, com extratos que ilustram uma apresentação comentada”.
Extrait de l’introduction